Diretora do Hospital de Santiago fala sobre os desafios da Medicina

Na fazenda de Itú, patrimônio histórico e cultural do Estado do Rio Grande do Sul, que pertenceu a família de Getúlio Vargas, no município de Itaqui
Foto: Arquivo pessoal

Sonia Maria Nicola, 62 anos, é médica ginecologista e obstetra. É filha de Adelfo e Ubaldina Nicola. Tem três irmãs: Rosane, Vera e Denise. É viúva e mãe de dois filhos, o Alex, que é advogado, e a também médica Ana Paula. Tem uma neta, a Isabela.

A médica é diretora técnica do Grupo Hospitalar de Caridade Santiago. Nascida em Santiago, estudou até os 14 anos no Colégio Medianeira. Depois, foi para Santa Maria, onde fez o Segundo Grau (hoje Ensino Médio) no Colégio Manoel Ribas. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e é especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. É também sócia fundadora do Rotary Clube de Santiago.

Nesta entrevista, Sonia fala sobre a sua família, a experiência como diretora do hospital e partilha os desafios e alegrias da profissão.

Diário_ Você é de Santiago? Sempre morou lá? Como foi a sua infância e o crescimento na cidade?
Sonia_ Nasci em Santiago. Fiquei na cidade até os 14 anos e voltei quando fiz 27 anos para trabalhar como médica. Minha infância foi feliz, sempre rodeada da família e amigos. Embora com dificuldades financeiras, sempre fomos muito felizes. Meus pais sempre me incentivaram a estudar, seguir meus sonhos, o que foi muito importante para o meu futuro. Guardo muitas lembranças positivas da época.

Diário_ O que a senhora mais gosta na Terra dos Poetas?
Sonia_ Gosto de tudo em Santiago, principalmente por termos segurança, saúde e educação de qualidade, algo que não se encontra em muitas cidades maiores. Encanta os olhos a revitalização do centro da cidade, o cuidado com a cultura.

Muito ligada à família, a médica sempre que pode se reúne com os filhos Alex e Ana Paula
Foto: Arquivo Pessoal

Diário_ Como surgiu a sua paixão pela medicina?
Sonia_ Desde criança resolvi ser médica. Sempre gostei de cuidar dos outros, ajudar as pessoas e salvar vidas. Fui a primeira médica na família. Até hoje não me arrependi dessa minha escolha, muito pelo contrário, sou muito feliz na profissão que eu escolhi.

Diário_ Como ginecologista e obstetra, muitas crianças de Santiago "nasceram pela suas mãos". O que isso representa para você? Tens ideia de quantos partos a senhora já fez? Quais os desafios da profissão?
Sonia_ Fiz inúmeros partos, afinal, foram 30 anos como ginecologista e obstetra. Há dois anos parei de fazer partos e fechei o consultório. Hoje, só trabalho no Hospital de Caridade. O trabalho como diretora, a parte burocrática, também me consome muito. Está difícil fazer medicina em qualquer especialidade.

Diário_ Como é o seu trabalho com o diretora do Hospital de Caridade? Quais as principais dificuldades que você encontrou como diretora até agora?
Sonia_ Todos os dias encontramos dificuldades na administração do Hospital de Caridade. O que me deixa menos preocupada é a presença do nosso administrador Ruderson Mesquita Sobreira, que mesmo em meio a grave crise na saúde consegue resolver todos os problemas que aparecem. É muito desafiador, pois estamos lidando com a vida das pessoas, com o bem maior de todo mundo, que é a saúde.

Foto: Arquivo pessoal
À esquerda: Sonia acompanhada do filho Alex e da neta Isabela. À direita: Sócia fundadora do Rotary Clube em Santiago, Sonia ajuda na produção do risoto beneficente

Diário_ Como a senhora faz para conciliar todo o trabalho na medicina com a atenção à família?
Sonia_ Não é difícil conciliar trabalho e atenção à família. Somente temos que tentar ter uma rotina, especialmente quando os filhos são pequenos. Hoje, eles já estão crescidos, têm os seus próprios compromissos, as profissões deles. Meu xodó hoje em dia é a minha neta. Tenho uma relação bem presente com a minha família.

Diário_ Para o futuro, quais são os seus principais objetivos?
Sonia_ Para o futuro, quero ver Santiago crescendo e o nosso Hospital de Caridade acompanhando esse crescimento.